sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

“Soul teacher"



À Stelinha que realizou um sonho de infância.



Mergulhar dentro de si, é dançar, é encontrar-se consigo
Alma que vai lá fora anunciar
um ser, o ser, o estar, o permanecer, o viver;
é perceber em si outras inteligências guardadas.
É imitar, encenar, transferir, meditar, crescer.
É encontrar-se com Deus, como nosso Deus.
Sublimar; fazer do fictício realidade em movimentos. 
Desejar o ritmo, captar a música, incorporar a dança.
Apaixonar-se por si, pelo eu e pelo mim.
Buscar um outro ser em si, vívido, cálido e sensual.
É fluir, é ser vento, é ser leveza,  pétalas de flor.
É ouvir, articular, concentrar-se e “Supless”.
É primeira, segunda, terceira posição e "Pliê".
São dós, rés, mis e fás traduzidos em corpo, blanço e mente.
Mãos que se vão num acorde...
“Pliê”
é um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete e oito, meia volta, volta e meia, esquerda!
É vida.
É prazer.
Equilíbrio.
É perfeição.
É vontade.
É arte.
É gratidão.
É Deus.


Andressa Fabião

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O verbo


Conceito:

Observe no primeiro quadrinho que a mãe de Mafalda tem uma atividade para fazer: ir ao mercado.
Podemos concluir que o fato da mãe de Mafalda ir ao mercado trata-se de uma ação praticada por uma pessoa.

Agora, observe a tirinha abaixo:


No segundo balão, o amigo da Mafalda pegunta se o pai dela está doente. Perceba que o verbo dessa oração expressa um possível estado do pai dela. Porém ao ler a tirinha por inteiro, percebemos que, segundo Mafalda, quem se encontra doente não é o pai, mas sim o planeta. O verbo “está” indica estado, uma maneira em que o planeta se encontra. O sujeito seria o planeta que se encontra em uma situação delicada.

Leia a imagem abaixo:

“Chove chuva, chove sem parar”

A partir dessa imagem, podemos fazer algumas inferências:

1-) O clima é chuvoso.
2-) Duas pessoas estão conversando;
3-) As roupas remetem que elas certamente moram num lugar mais frio;
4-) Que elas estão adequadas ao clima em que se encontram.
5-) O título da imagem, remete a uma música chamada “Chove chuva” e é coerente com o clima presente na gravura.

O termo “Chove” é um verbo que está indicando um fenômeno da natureza. Não existe uma pessoa que pratique uma ação que possibilite o fenômeno da natureza acontecer, por isso dizemos que não há sujeito na oração.

Então, podemos afirmar que VERBO é a palavra que indica ação, estado, fenômeno da natureza, situados num determinado tempo, tempo este que pode ser: presente, passado e futuro.
Conjugações do verbo:

Leia a imagem abaixo:


Podemos afirmar que Mafalda está praticando três ações "sábias" em determinadas circunstâncias da vida: não falar, não ouvir e não ver.

Podemos dizer que na primeira situação, ela não fala.
Então o verbo falar está na sua forma infinitiva por terminar em AR.
Assim como o verbo ver, que termina em ER e o verbo ouvir, que termina e IR.

Na gramática normativa, exitem 3 conjugações, tais quais:

-AR, ( cantar, amar, chorar, estudar,...)
-ER, ( dizer, refazer, conter, vender,...)
-IR, ( sentir, sorrir, insistir, persistir,...)

=D OBS.: Há verbos que terminam em OR, como o verbo por e seus derivados ( repor, supor, compor). Estes fazem parte da 2° conjugação, pois antigamente ele era escrito “poer”.


Estrutura do verbo:

Os verbos são palavras que se formam a partir de alguns elementos essenciais, tais quais:

Radical: parte que contém a significação base da palavra.
Vogal temática: em alguns verbos, a vogal temática vem após o radical, indica qual é a conjugação do verbo.
Desinências: é a parte que indica tempo, modo, pessoa e número.

Exemplo:

RESPEITAR = respeit ( radical ) + A ( vogal temática indica a conjugação do verbo) + R ( desinência de infinitivo).

ESTUDEI = estud ( radical) + EI ( desinência indicando pessoa [eu], tempo [passado], modo [indicativo], número [singular] ).

AMARIA= am ( radical) + A ( vogal temática) + IA ( desinência de tempo, modo, número e pessoa).

CANTO= cant (radical) + O ( desinência de tempo, modo, número e pessoa).

Formas nominais do verbo:

São assim chamadas por possuírem funções equivalente às exercidas pelos nomes.

Exemplo:

Mafalda é uma menina viajada. ( função de adjetivo)
Mafalda é uma menina que vive viajando.




No segundo quadrinho existem alguns verbos que não se referem a nenhuma pessoa específica, por exemplo, o verbo “trabalhar”.

As formas nominais do verbo são três:

Infinitivo ( é o nome do verbo, expressa um verbo sem ser cnjugado)= tema+ desinência “-r”, ou seja, trabalha+ r.
Gerúndio (expressa ação que ainda está em andamento) = tema+ desinência “-ndo”, ou seja, trabalha + ndo.
Particípio (expressa ações que já foram concluídas) = tema + desinência “-do”, ou seja, trabalha+ do.

Locuções verbais:


Variações do verbo:

Verbo é a classe de palavra mais extensa da gramática por possuir inúmeras variações, tais quais:

  • variação de modo.
  • variação de tempo.
  • variação de pessoa.
  • variação de número.
  • variação de voz.

Estudaremos cada uma delas:

Flexão de modo:

Veja as orações abaixo:

Fique atento! ( o verbo expressa ma ordem, pedido ou um conselho. Este sentido que o verbo exprime chamamos de IMPERATIVO.).

Eu fico atento às explicações do professor. ( o verbo expressa uma certeza. Este sentido que o verbo exprime, chamamos de INDICATIVO.).

Se eu tivesse atento, entenderia a explicação do professor. ( o verbo expressa uma possibilidade de atenção por parte do aluno. Este sentido do verbo, chamamos de SUBJUNTIVO.).

Imperativo → ordem, pedido, conselho.
Existe dois tipos de imperativo:

Afirmativo:

2° pessoa do singular e plural ( tu e vós ) são conjugados no presente do indicativo sem o “s” + presente do subjuntivo para as outras pessoas do verbo.

No indicativo seria: Tu estudas, Vós estudais. No imperativo será:

Estuda Tu ( 2° pessoa do singular, do presente do modo indicativo sem o “s”).
Estude Ele (3° pessoa do singular, presente do subjuntivo).
Estudemos Nós ( 1° pessoa do plural, presente do subjuntivo).
Estudai Vós ( 2° pessoa do plural, do presente do modo indicativo sem o “s”).
Estudem Eles ( 3° pessoa do plural do presente do subjuntivo).

Negativo:

Acréscimo da palavra não antes de conjugar os verbos:

Não Estudes Tu ( 2° pessoa do singular, do presente do modo indicativo sem o “s”).
Não Estude Ele (3° pessoa do singular, presente do subjuntivo).
Não Estudemos Nós ( 1° pessoa do plural, presente do subjuntivo).
Não Estudei Vós ( 2° pessoa do plural, do presente do modo indicativo sem o “s”).
Não Estudem Eles ( 3° pessoa do plural do presente do subjuntivo).

Subjuntivo → possibilidade, dúvida.

Ex: É preciso que eu faça as atividades para emagrece mais. ( presente)
Ex: Se eu fizesse as atividades físicas, emagreceria mais. ( pretérito imperfeito)
Ex: Quando eu fizer as atividades físicas, emagrecerei mais. ( futuro)
Indicativo → certeza.
Flexão de número e pessoa:

Número: ao lermos textos, observamos que alguns verbos podem estar no SINGULAR ou no PLURAL.

Veja o exemplo no trecho da música:

“ Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo. Temos todo tempo do mundo”

O verbo ter variou de singular para plural, ou seja:

(eu) Tenho.
(Nós) temos.

As pessoas do discurso são:

SINGULAR PLURAL
(1°) EU NÓS
(2°) TU VÓS
(3°) ELE ELES

Flexão de tempo:

O verbo na oração pode indicar que a circunstância aconteceu num determinado período de tempo:

PRESENTE ( situação que acontece no momento atual).

PASSADO OU PRETÉRITO ( situação que já ocorreu num tempo passado).
O passado dos verbos estão divididos em:

1-) perfeito ( ação acabada que aconteceu no passado.).
Ex: Eu almocei no girafas ontem.

2-) imperfeito ( ação que aconteceu no passado com frequência, dando ideia de continuidade.).
Ex: Eu sempre almoçava no Girafas.

3-) mais-que-perfeito ( expressa ideia de uma ação ocorrida no passado e anterior a outra ação também passada:
Ex: Quando ele me ligou, eu já almoçara no Girafas.
Ex: Quando ele me ligou, eu já tinha almoçado no Girafas.

FUTURO ( situação que ainda estar para acontecer).
O futuro pode ser dividido em:

1-) Futuro do presente ( ação que acontecerá num futuro em relação ao presente).
Ex: Estudarei bastante verbos.

2-) Futuro do pretérito ( ação futura que teria acontecido mediante uma condição que tivesse sido atendida antes.).
Ex: Eu estudaria mais os verbos se eu os compreendesse mais.

Veja no exemplo abaixo:


No primeiro quadrinho o verbo ser em “ quando eu era jovem” expressa uma ideia de passado.
Já no último quadrinho, o verbo sentir em “ agora, já não sinto” está empregado no presente indicando a circunstância daquele momento atual.

Flexão de voz:

Quando vos ouvirdes falar em “ voz” do verbo, esteremos falando da relação entre sujeito e ação.

Pode ser classificada em 3:

ATIVA: O sujeito pratica a ação. O sujeito é conhecido como “sujeito agente”da ação.

Ex: Os jardins enfeitam as ruas.
Sujeito voz ativa

PASSIVA: O sujeito recebe a ação, O sujeito é conhecido como “ sujeito paciente” da ação.

Ex: As ruas são enfeitadas pelos jardins.
Sujeito voz passiva




REFLEXIVA: o sujeito pratica e sofre a ação cometida por ele mesmo:

Ex: As flores se enfeitam de cores alegres.
sujeito Voz reflexiva


Verbos regulares e irregulares:

Para saber se um verbo é regular ou irregular, basta conjugá-lo no presente do indicativo e no pretérito perfeito.

Regulares são aqueles que conservam o radical e a terminação verbal, em todos os tempos verbais.

Ex:

O verbo cantar

No presente do indicativo:
Eu cant o
Tu cant as
Ele cant a

No pretérito perfeito
Eu cant ei
Tu cant aste
Ele cant ou

Perceba que o radical não varia.

Irregulares são aqueles que tem o radical ou a terminação verbal modificada.

Ex:

O verbo ser

No presente do indicativo:

Eu sou
Tu és
Ele é

No pretérito perfeito:

Eu fui
Tu foste
Ele foi

Professora Andressa Fabião

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O espelho que Narciso detesta.


Ele era assim: cabelos castanhos, de pele alva, costumes finos, parecia um esboço de homem europeu. Chocava-se com certas realidades da vida urbana: violência, falta de respeito, de educação, desigualdade, fome, injustiças... Tudo isso para disfarçar que possuía sentimentos humanos, embora se julgasse como sendo um semi-deus. Sempre na defensiva contra si mesmo, exaltava-se como sendo um homem bom em tudo que fazia, se achava bonito através de suas lentes Rayban, denotando sempre uma vaidade forçada para atrair elogios alheios, e, tinha a absoluta certeza de que era irresistível aos olhos fêmeos; adorava usar creme contra as longitudes e latitudes de seus 46 anos.
Primo pobre de Narciso, era apaixonado por si mesmo. Esse “si mesmo” era mais uma autoafirmação para os outros, do que uma paixão voltada para seu ego. Era uma necessidade de poder ser algo para além do super homem, justificando todo o sofrimento que em outrora havia passado. Como ser humano, fora casado, teve uma filha. E esse matrimônio lhe rendeu alguns traumas típicos de uma sociedade moderna: mulher emancipada, dona de si, das situações, dos outros e dele. Como semi-deus, jamais aceitaria um contexto imperfeito, que não lhe fosse favorável. Essa extensão de sofrimento foi desconfigurando uma imagem perfeita que o espelho refletia todas as manhãs antes do seu desjejum, uma imagem que precisava transcender toda agonia de antes. Então, passou a tratar as mulheres de forma cafajéstica: fingia que se apaixonava de verdade, e depois de conquistá-las, restava apenas uma saudação que afirmasse sua vontade de potência: tchau! No outro dia, aparecia de mãos dadas com outras, para aumentar o histórico da carência, da indecisão e do egoísmo. Como todo homem que se preza, tinha isso como troféus conquistados nas disputas subentendidas entre os machos de uma sociedade normal.
Não tardou muito para que ele se “apaixonasse” por outra. A diferença, desta para as demais, era que ela sabia o que queria e o que não queria, ela era vivida, atrevida, sentia cheiro de sacanagem de longe.
Certa vez, num bar denominado Cantinho do Rei, numa conversa e outra, ela fez com que ele se enxergasse no espelho; usou táticas freudeanas, piageteanas, entre outras, com o intuito de reeducá-lo para si mesmo e para os outros. E essa reeducação permitia um novo olhar para as inconsequências passionais que esvaziava a fragilidade escondida por trás de um escudo. O que ele viu foi a figura de um homem lindo externamente, nítido aos olhos humanos, mas que internamente era desconfigurado e ridículo e não havia espelho que dissesse o contrário. Imediatamente, tomado pela tristeza de ter se conhecido profundamente, através de uma imagem real e bem refletida, a partir de um espelho quebrado, tomou um gole de cerveja e mergulhou num lago de tristeza consentindo o quão era feio aos olhos espertos, críticos e sagazes.

Andressa Fabião

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

À família IE colégio e curso, meus agradecimentos.

Educar, para mim, nunca foi uma tarefa simples, sobretudo aqui no Brasil por vários motivos: pela falta de reconhecimento daqueles que se movem em detrimento da autonomia alheia, pelo desprestígio que governantes travam o assunto e por não priorizarem uma educação para a liberdade, para a transformação social.
Mesmo sabendo dos problemas que permeiam nossa educação, sempre tive paixão pelo ato de educar e sempre busquei fazer o diferencial, mesmo sabendo que existia várias possibilidades de erro. Insisti inúmeras vezes e algumas deram certo: recebi prestígio, fui reconhecida por minhas atitudes, fui parabenizada pelas didáticas, mas também fui chamada à atenção e, outras vezes, chorei por não conseguir fazer verão sozinha. Tudo isso, tornou-me a profissional apaixonada pela sabedoria, pela sala de aula e pelo aluno e fez com que esse amor crescesse independente de quaisquer situações de desafio. Sempre escrevia na contra capa do meu caderno “ minha vida é uma eterna sala de aula” e foi por esse rumo que as portas das salas de aulas se abriram para que eu pudesse demonstrar meu apego, meu amor, meu carinho pelo ensino.
Aqui, reservo esse espaço para agradecer primeiramente a Deus, que me deu de presente a habilidade de lecionar; de perceber em sala de aula as minúcias que transformam o mundo a fora para melhor. Quero agradecer com o coração, ao IE colégio e curso, pelas portas que vocês me permitiram atravessar, rumo ao mundo educativo; por ter confiado a mim uma missão dificílima -educar-; por aceitarem minhas intervenções educativas; por respeitarem meu trabalho e acreditarem na minha força de vontade. Agradeço também pelas conversas que me tornaram uma pessoa melhor, mais responsável e mais centrada. Em especial, agradeço a Dayse Chianca que me ensinou a ter a prática de pensar antes de falar qualquer coisa; aos meus AMIGOS professores que compartilharam saberes, alegrias e algumas tristezas me tornando uma pessoa mais forte; a Jó, Tonhão e Douglas que serviram de “GPS” para que eu entrasse na sala de aula correta e por estarem sempre com carinho sorrindo pelos corredores da escola; a Gerson que, com muita paciência, me ajudou para que meus trabalhos existissem; a Seu Flávio que me ensinou muito, com seu jeito sensível de ser; a Diógenes, a Flávio e a Eduardo; ao “Bode” que sempre tentou ajudar mesmo sabendo das impossibilidades; a Danilo que com muita educação, ética me atendeu muito bem quando precisei; à Jussiara, que com sua alegria me contagiou; à Renata, formada na academia alemã de autoritarismo, que sempre fez a gente gastar mais e a ser mais responsável com minhas cadernetas; às meninas da cantina, da secretaria; a Miro, o grande poeta da escola, que me ensinou o que é ter criatividade para fazer um cordel, em 3 minutos; a Galego, o grande mestre, que me ensinou com suas inteligências múltiplas e por fim, um agradecimento mais que especial: aos meus alunos que jamais deixaram de ser ex-alunos pela consistência da nossa amizade, pela troca de conhecimento, sabedoria e pela alegria de viver. Todos vocês tiveram (e têm ) uma grande importância para mim, na verdade, foram meus professores da vida...
Saudades grandes e muito obrigada por tudo!

Andressa Fabião